ANOITECER
Anoitece e s'esquece ora de mim,
O sol que s'entristece em solidão.
Parece que perece n'um grotão;
Parece que aparece ao confim.
Anoiteço e m'esqueço ora do fim...
M'entristeço e me peço algum perdão,
E um luar a iluminar-me escuridão;
E um lugar a encontrar-me paz enfim.
Meu coração é uma encruzilhada
Atravessando em vão um chão maninho
Por caminhos que nunca dão em nada.
E devo caminhar sempre sozinho.
Anoiteça e m'esqueça pela estrada,
Pois eu de nada nunca me avizinho.
Belo Horizonte - 15 02 1995
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