INSTANTE DE LUCIDEZ
Em meus olhos cintila essa luz tida
Quando, na vigília ébria, o desespero,
N'um sorriso entre cínico e insincero,
Por sobre débeis lábios tem guarida.
A custo vou seguindo a minha vida...
Como se um zero à esquerda d'outro zero…!
Sendo esse lamento onde nada espero,
Minh’alma já de si mesma esquecida.
Nada mais do que um bêbado... O que fiz?!
Congratulo-me a cada atroz desgraça
Por conseguir-me ser tão infeliz!...
De tudo, resta essa última trapaça,
Onde enfim reconheço -- um tanto vis... --
Meus olhos refletidos na vidraça.
Belo Horizonte – 12 06 1996
Nenhum comentário:
Postar um comentário