segunda-feira, 20 de abril de 2020

VAGO LUME

 VAGO LUME 


Às vezes, quando a vida me angustia,

Vago em círculos após o lusco-fusco

E varo a noite incerto do que busco, 

Perdido todo o ideal; toda a utopia…


E escrevo sem saber quanto escrevia:

Vago lume que aos olhos não ofusco. 

Versos? Mero rabisco que rebusco,

Tão ininteligível a poesia!...


Eu vivo essa jornada tão confusa

N’uma ânsia de que a angústia se traduza

Em coisas que sequer consigo ler.


Sem embargo, atravesso a noite escura

Em modo de total autoprocura,

Chegando exausto e só ao amanhecer...!


Betim - 13 05 1993


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