VAGO LUME
Às vezes, quando a vida me angustia,
Vago em círculos após o lusco-fusco
E varo a noite incerto do que busco,
Perdido todo o ideal; toda a utopia…
E escrevo sem saber quanto escrevia:
Vago lume que aos olhos não ofusco.
Versos? Mero rabisco que rebusco,
Tão ininteligível a poesia!...
Eu vivo essa jornada tão confusa
N’uma ânsia de que a angústia se traduza
Em coisas que sequer consigo ler.
Sem embargo, atravesso a noite escura
Em modo de total autoprocura,
Chegando exausto e só ao amanhecer...!
Betim - 13 05 1993
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