À JANELA DOS CAMARINS
Era janela em oito basculantes
Que alterna acima-abaixo na abertura,
Onde s’enquadram à guisa de moldura
De meninas os rostos por instantes.
Assomam à janela as expectantes
Bailarinas de mui bela figura:
A primeira, à direita, a olhar apura
A graça das demais que, insinuantes,
Sorriem aos que vêm para o teatro.
Já paramentadas, o riso infantil
D’elas se faz uníssono nas quatro,
Ao passo que a segunda de perfil.
A última, entanto, súbito m’encara,
Como visse qu’eu as fotografara...
Betim - 01 04 1998
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