LICENÇA POÉTICA
— ”Com licença da palavra,” — vos diz o poeta,
E a palavra dá licença à poesia e ao designo,
Para dizer mais do que diz, assim benigno,
A palavra na licença torne completa.
Dizer o que quer dizer da forma correta,
O poeta à poesia, nem digno nem indigno,
Põe o significado a transcender seu signo;
Pede licença poética à sintaxe reta.
No princípio era a palavra e a palavra estática
Estava no dicionário em desuso estético,
Esperando desesperada a pôr em prática.
Na poema a palavra é licenciada errática,
E estava na ponta da língua o dizer poético:
— ”Vós estáveis estéreis n’uma língua apática...!”
Belo Horizonte - 21 02 1995
— ”Com licença da palavra,” — vos diz o poeta,
E a palavra dá licença à poesia e ao designo,
Para dizer mais do que diz, assim benigno,
A palavra na licença torne completa.
Dizer o que quer dizer da forma correta,
O poeta à poesia, nem digno nem indigno,
Põe o significado a transcender seu signo;
Pede licença poética à sintaxe reta.
No princípio era a palavra e a palavra estática
Estava no dicionário em desuso estético,
Esperando desesperada a pôr em prática.
Na poema a palavra é licenciada errática,
E estava na ponta da língua o dizer poético:
— ”Vós estáveis estéreis n’uma língua apática...!”
Belo Horizonte - 21 02 1995
A licença poética permite que digamos a verdade superlativamente, sem que pareçam exagero.
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