FOTOSSENSÍVEL
Eu trabalho com luz, interior e exterior...
Me ilumino as razões e as angústias humanas,
A largo de milhões de vaidades mundanas:
Lanço luzes em mim, sou um observador.
Eu decomponho o mundo, em criatura e criador.
Mas miro estrelas vãs pelas noites insanas,
Onde a vida, fictícia ou real, sobre as pestanas:
Em trevas sobre mim, um obscurecedor.
Claro-escureço tudo o que há em meu ego:
Para olhar e ver é preciso iluminar...
Olhar só trevas é o mesmo que ser cego...
Eu contrasto luz e sombra ao corpo desnudo
Em suaves gradações ao profundo olhar...
Feito o papel que em preto-e-branco aceita tudo.
Belo Horizonte - 10 05 1997
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