domingo, 5 de abril de 2020

DE NOITINHA

DE NOITINHA

Quando as cigarras cantam de noitinha
E o arrebol sangra os longes do horizonte
Que a lua, alfange em prata, além desponte,
Se d'ela a estrela d'alva se avizinha!

Deveras, n'aquela hora tão sozinha,
Haja um concerto cá do alto do monte,
No qual a passarada outra vez conte
A bela melopeia que me convinha.

Avesso ao burburinho das cidades,
Encontre eu pelas brenhas alterosas
Lindas soledades,  poentes rosas...

De modo que com amplas liberdades,
Minh'alma evada além na serrania
Para eu me despedir de mais um dia.

Betim - 27 09 2013

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