NORTE MAGNÉTICO
Tatuara ela uma rosa há muitos anos
Querendo-a tão vermelha quanto o amor.
Vez ou outra a retocava em seu fulgor,
Sempre co'a cor mais viva dos mundanos.
Mas desbotou-se à pele nos enganos
Que lhe rasgando o peito de estupor.
Já não vê senão cinzas sobre o ardor,
Exaurida entre mais perdas e danos...
Tatua sobre a rosa uma outra rosa:
Dos ventos, com os pontos cardeais,
No afã de ter a pela mais formosa.
E p'ra não s'esquecer d'isso jamais
Onde o Norte Magnético, ardilosa
Sobre a seta abrevia: N(unca) M(ais).
Betim - 23 04 2020
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