terça-feira, 28 de abril de 2020

TRISTES SONS

TRISTES SONS

São tristes sons, tanto ou mais do qu'eu,
Estes versos que trago aqui de novo.
Soem como um lamento enquanto trovo,
Ao achar em mim tudo o que for meu.

A voz m'ecoa além um espondeu,
Como fosse o falar de ignoto povo:
Soam como compõe: Um velho novo,
Ao achar-me a verdade que perdeu.

Tristes sons, apesar de tão sinceros,
São meus versos que vida e obra fazia 
D’esses meus muitos eus que me confundem.

Trovar é achar. Ser um deus d’eus meros;
Compor os sons que n’alma se me fundem,
Quando no quotidiano acha poesia.

Formiga - 03 04 1996

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