quinta-feira, 24 de novembro de 2016

DE CUJOS

DE CUJOS

Aquele que serei quando morto,
De cuja sucessão eu trato agora,
Declarará de mim pela última hora
Tais termos a me dar algum conforto:

-- “Duvido que algum anjo, certo ou torto,
Tenha me acompanhado desde a aurora.
Ainda assim eu, antes de ir embora,
Sei chorar sangue como Jesus no horto!...”

“Não que essa minha angústia se compare,
Mas sim, depois de tudo, ‘inda repare
Ignorar quais propósitos tem Deus.”

“Deixo-vos, por herdade, o que couber
E o intento de a existência, por fim, ser
Vida que gera vida para os seus.”

Betim – 20 02 2008

Nenhum comentário:

Postar um comentário